Em 2020, quando estávamos no auge da pandemia, apesar de felizmente me manter trabalhando o dia todo, ainda sobrava tempo para ser ocupado no meu dia, já que não podia sair de casa.
Foi então que comecei a fazer cursos online. Eram cursos sobre filosofia, literatura, cinema, psicologia, comportamento humano, gestão de pessoas e de negócios, entre outros. Dessa forma, ressignifiquei meu hábito não só de estudar, mas também de ler, ouvir, sentir e entender o impacto daqueles conteúdos em meu desenvolvimento pessoal e profissional.
Um dos primeiros cursos que fiz, e que gostei bastante, falava sobre quatro competências – comunicação, pensamento crítico, criatividade e colaboração -, que seriam necessárias para o desempenho das pessoas no futuro. Este futuro tão próximo, complexo, que muda a todo instante, que nos enche de informações e que será cada vez mais digital.
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Ao terminar o curso, estava certa de que essas competências eram imprescindíveis desde sempre para nossas vidas, seja no campo pessoal ou profissional. E, sem desenvolvê-las, provavelmente os relacionamentos pessoais e a construção de bons projetos estarão fadados à extinção.
Trabalhando tantos anos numa empresa privada e tendo a oportunidade de observar o comportamento das pessoas – desde o jovem aprendiz até o diretor – constatei que a maioria dos problemas que aparecem todos os dias nas empresas, estão relacionados à falta de uma, duas ou de todas essas competências nas pessoas.
E por que essas quatro competências são tão importantes e precisam ser desenvolvidas ou aperfeiçoadas em cada um de nós? Porque elas estão interligadas e porque ter uma boa comunicação, pensar de forma crítica, ser mais criativo e colaborativo, permitirá que os problemas do dia-a-dia sejam encarados de forma mais leve e com menos sofrimento.
E a primeira destas competências que quero destacar é a Comunicação.
A comunicação faz parte da nossa vida, portanto está em todos os lugares e momentos. E aqui, não estou falando apenas da comunicação verbal, mas todas as formas de comunicação. O silêncio de uma plateia, por exemplo, certamente está comunicando alguma coisa.
A forma como nos comunicamos fala muito sobre nós mesmos. A cultura familiar molda o jeito como nos comunicamos e, à medida que entramos em contato com o mundo, sofremos influências e nossa comunicação se estabelece como uma marca pessoal.
Entretanto, a comunicação vai além da forma como se fala ou escreve. A comunicação está nas entrelinhas de uma conversa, naquilo que não foi dito, mas que poderia ter salvado uma rápida decisão de um longo conflito.
Muitas vezes as pessoas se desentendem ou não se entendem simplesmente por não conseguirem compreender o ponto de vista do outro, tão presas que estão em seus próprios pontos de vista. E a boa comunicação passa pelo reconhecimento de que o outro é alguém importante e que merece a sua atenção, seu argumento, seu respeito.
Parece mais do mesmo, mas é muito importante numa comunicação saber ouvir e expressar assertivamente a sua opinião, respeitando seu interlocutor, sabendo que é necessário encarar os possíveis conflitos que poderão surgir naquela conversa. Não é simples, mas é uma prática diária, especialmente para quem está nas empresas interagindo com várias pessoas diferentes, que também estão buscando um lugar ao sol.
Muito se fala hoje sobre a empatia e, realmente, a aplicação dela pode melhorar a comunicação entre as pessoas, desde que não se confunda empatia com simpatia.
Mas como demonstrar empatia por uma pessoa que é agressiva em sua comunicação, que acha que tem sempre razão e que quer sempre ter a última palavra?
- Respirando. Dialogando. Humanizando a conversa;
- Ouvindo com interesse o que o outro está dizendo;
- Observando o contexto da conversa;
- Posicionando-se de forma firme, eficaz e assertiva;
- Tirando suas dúvidas fazendo as perguntas certas;
- Ouvindo as respostas sem julgar ou interromper o outro;
- Entendendo as necessidades do outro e as relacionando com as suas;
- Encontrando o ponto de equilíbrio desta conversa.
E o que pode melhorar a comunicação?
Para começar, pensando de forma mais crítica, permitindo-se ser mais criativo e buscando atuar de forma mais colaborativa.
E, para isso é necessário ler e estudar sobre temas diversos; conversar com pessoas que pensam como você, mas principalmente com aquelas que pensam diferente de você. Expor suas ideias e opiniões em público sem medo ou vergonha e, permitindo-se ter contato com novos mundos ou culturas que trarão novas vivências, novas experiências que vão amolecer suas certezas, ampliando sua visão de mundo.
Espero que esse conteúdo ajude você a pensar sobre como você está se comunicando e pode desenvolver.
Margareth Silva
Margareth Silva é facilitadora de boas conversas que geram reflexões, descontroem certezas e movimentam a vida.
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