As novidades foram apresentadas na conferência anual do Google, na Califórnia, na sexta-feira (2): a empresa vai aplicar Inteligência Artificial Generativa para reinventar e melhorar seus produtos, o que inclui o sistema de busca. Os detalhes foram apresentados pelo CEO Sundar Pichai, que destacou que as mudanças devem ser feitas de forma ousada e responsável.
A Inteligência Artificial Generativa é aquela capaz de gerar textos e imagens, como o chatbot do próprio google, o Bard, e o ChatGPT, da OpenAI.
Segundo Pichai, o uso desse tipo de IA pode tornar os serviços do Google mais úteis. Veja a seguir algumas mudanças nas principais ferramentas.
Inteligência Artificial no Gmail
O Google criou o Gmail em 2004 e mais de dez anos depois, em 2017, lançou o Smart Reply, com respostas curtas, prontas, que o usuário pode selecionar com apenas um clique. Em seguida, veio o Smart Compose, que oferece sugestões de escrita durante a digitação. Agora, com um modelo generativo mais potente, chega o “Ajude-me a escrever”.
A ideia é simples: o usuário digita um comando, clica em criar, e um rascunho aparece na caixa de e-mail. Para ilustrar a situação, Pichai usou o seguinte exemplo:
“Digamos que você tenha recebido um e-mail informando que seu voo foi cancelado. A companhia aérea enviou um voucher, mas o que você realmente quer é um reembolso total. Basta digitar o comando do que você deseja – um e-mail solicitando um reembolso total – e um rascunho completo aparecerá. Como você pode ver, ele extraiu convenientemente os detalhes do voo do e-mail anterior. E parece bem próximo do que você deseja enviar. Talvez você queira refiná-lo ainda mais. Nesse caso, um e-mail mais elaborado pode aumentar as chances de conseguir o reembolso”.
Google Maps com nova visualização imersiva
O Maps já oferece um tipo de visualização imersiva, a partir do Street View, no ano passado, foi anunciado o Immersive View, que cria representações de alta fidelidade de um local para que o usuário possa fazer uma visita sem sair de casa.
Agora, essa tecnologia vai ser usada para ajudar as pessoas a visualizar a rota antes de começar a viagem, é a visualização imersiva de rotas. Veja a explicação do CEO do Google:
“Digamos que você esteja na cidade de Nova York e quer dar um passeio de bicicleta. O Maps pode dar algumas opções próximas a você. O caminho que fica à beira-mar parece cênico, mas você quer ter uma ideia disso primeiro. Ao clicar em ‘Visualização Imersiva para rotas’, você terá acesso a uma maneira totalmente nova de ver sua jornada. Você pode aumentar o zoom para obter uma visão panorâmica incrível do passeio.”
Além disso, também é possível verificar a qualidade do ar, o tráfego e o clima.
O Immersive View para rotas começará a ser lançado nos próximos meses. Até o fim do ano, 15 cidades devem receber o serviço, entre elas, Londres, Nova York, Tóquio e São Francisco.
Uma nova forma de editar imagens no Google Fotos
O Google Fotos foi lançado em 2015 e foi um dos primeiros produtos da empresa a usar a Inteligência Artificial. A cada mês, 1,7 bilhão de imagens são editadas no Google Fotos, agora, isso vai ser feito de uma nova forma.
O Magic Editor é uma forma avançada do Magic Eraser. Além de remover elementos de uma imagem, o que já é possível, o usuário vai poder criar novos elementos ou completar elementos que estejam cortados.
Em uma foto de uma criança segurando balões, por exemplo, se os balões estiverem cortados é possível reposicionar a criança e Magic Editor recria a parte cortada dos balões.
Inteligência Artificial mais perto de todos
Esses são apenas alguns exemplos de como a IA vai estar presente nos serviços do Google. Atualmente, a empresa tem 15 produtos que atendem a mais de meio bilhão de pessoas e empresas, todos vão ser reformulados para a aplicação da IA Generativa.
“É uma missão atemporal que parece mais relevante a cada ano que passa. E olhando para o futuro, tornar a IA útil para todos é a maneira mais profunda de avançarmos em nossa missão”, diz Pichai.
A preocupação com a responsabilidade da IA também apareceu na conferência da Califórnia. Foram anunciadas ferramentas capazes de identificar o conteúdo gerado sinteticamente a partir de marca d´água e metadados.
A marca d’água incorpora informações diretamente no conteúdo, portanto, é mantida mesmo depois da edição, mesmo que seja uma edição modesta. Os metadados permitem que os criadores de conteúdo associem contexto adicional aos arquivos originais, fornecendo mais informações sempre que você encontrar uma imagem.
Gabriela Lisbôa
Gabriela Lisbôa é jornalista e gerente de projetos da Carciofi Digital.
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